Ver com as Mãos: Modelos Moleculares Interativos e Virtuais na Sala de Aula
Os processos mentais envolvidos na percepção, manipulação e compreensão de modelos moleculares é uma questão recorrente no ensino de química. Se concebermos as representações empregadas na química como elementos de uma linguagem, podemos identificar um alfabeto, vocabulário e gramática próprios. Tal linguagem possui um repertório de representações criadas pelos cientistas a partir da reapropriação analógica de elementos de outros repertórios culturais.
O uso e interpretação desse repertório varia muito entre cientistas na química e em suas fronteiras interdisciplinares, como a bioquímica e a cristalografia, por exemplo. Aprender esta língua demanda mobilizar fatores cognitivos, emocionais e socioculturais.
Visualizar modelos em 3D não é trivial e requer esforço, sobretudo para iniciantes. Esta demanda cognitiva pode dificultar ou inviabilizar sua interpretação. No plano do ensino, é já conhecida a importância de diferenças cognitivas individuais ao interpretar e exprimir conceitos codificados nas diferentes representações da estrutura tridimensional molecular. Em particular, destacam-se as habilidades visuoespaciais e, dentre estas, a habilidade de rotação mental. Como são os modelos mentais imaginados por elas? Como isto interfere no ensino da química?
Para responder a estas questões, o Instituto de Química de São Carlos recebe o pesquisador Guilherme Andrade Marson , do Instituto de Química da USP em São Paulo, que profere seminário no dia 23 de agosto. “Vamos mostrar algumas respostas e apresentar alguns recursos disponíveis para o trabalho em sala de aula”.

Foto: acervo dopesquisador. Imagem: ColiN00B/Pixabay. Arte: Sandra Zambon/IQSC
O pesquisador atua junto ao Departamento de Química Fundamental do IQ-USP, na área de ensino e na divulgação da Química e da Ciência. Concluiu o doutorado com foco no desenvolvimento de objetos de aprendizagem. Deste trabalho resultaram sete objetos, três dos quais desenvolvidos em colaboração com a Universidade da Pensilvânia, EUA. Os objetos foram premiados em 2004 e 2005 pelo programa PAPED do Ministério da Educação Cultura.
O seminário integra a programação do Workshop PAE-IQSC
Evento presencial aberto aos interessados gratuitamente, com emissão de certificado aos participantes.
Inscrições: no site doIQSC .
com informações de Guilherme A. Marson