Alunos do IQSC avançam para a 2ª fase da Olimpíada Brasileira do Ensino Superior de Química
Esta foi a primeira vez que estudantes do instituto participaram da prova
Dois estudantes do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP se classificaram para a segunda fase da Olimpíada Brasileira do Ensino Superior de Química (OBESQ), um dos mais prestigiados campeonatos de conhecimento científico do país.
Dos 11 alunos do IQSC que participaram da primeira fase, realizada em 3 de agosto, os estudantes Luis Eduardo Oliveira Souto, que está no último ano da graduação, e Túlio Henrique Kill de Carvalho, do segundo semestre, obtiveram a pontuação necessária para avançar. A prova consistiu em 30 questões de múltipla escolha, cada uma com diferentes níveis de dificuldade e pontuação, desafiando os conhecimentos teóricos e práticos dos alunos.
Luis Eduardo conta que decidiu participar da Olimpíada como parte de seu preparo para as provas de mestrado, que ele vai prestar em breve. “Eu sempre gostei de me testar com questões mais difíceis, e a Olimpíada foi uma ótima oportunidade de revisar conteúdos e me desafiar”, explica. Ele destaca que as questões da prova estavam alinhadas com conceitos vistos ao longo da graduação, sendo uma excelente oportunidade para revisar temas importantes, especialmente aqueles estudados durante o período de ensino remoto, já que ele foi um aluno que vivenciou a pandemia durante a graduação.
Túlio, ainda no início da graduação, diz que ficou surpreso pelo seu desempenho já que ainda não cursou disciplinas mais avançadas, como físico-química e mecanismos de reações em química orgânica.
“A prova foi bem complicada, porque abrange todo o conteúdo dos quatro anos e meio de graduação. Como ainda estou no começo, tive que interpretar e deduzir muita coisa, pensando em como um corretor avaliaria as respostas”, afirma.
Roberto Luiz Andrade Haiduke, professor do IQSC e coordenador do curso de Química, ressalta a importância de competições como essa para o desenvolvimento acadêmico dos alunos. “A OBESQ estimula o raciocínio crítico e a aplicação de conceitos em situações práticas, algo fundamental para a formação de futuros profissionais da química”, relata.
Para Luis Eduardo, a segunda fase da olimpíada, que ocorrerá no dia 28 de setembro deste ano, promete ser ainda mais desafiadora. “As questões desta etapa são mais aplicadas, abordando temas atuais e relevantes para o mundo real, como a descoberta da fosfina em Vênus, por exemplo”, comenta. Ele se prepara para enfrentar essa etapa com foco e determinação, equilibrando os estudos para a competição com seu estágio na Embrapa.
Túlio, que está envolvido em um projeto de pesquisa no Laboratório de Materiais Inorgânicos e Vítreos (LaMIV), além de participar do Programa de Educação Tutorial (PET), pegou as questões das edições anteriores para se preparar, mas que entende a prova mais como um teste pessoal do que como uma competição em si.
“Acho que, para além do reconhecimento e de prêmios, o mais interessante das Olimpíadas é a forma como o conteúdo é abordado, que exige mais reflexão e com isso reacende o interesse por matérias que, às vezes, os estudantes nem gostam tanto”, reflete.
Carlos Alberto Montanari, vice-diretor do IQSC, diz que essas competições são uma oportunidade de projeção não só para as carreiras dos estudantes, mas também para a própria universidade.
“Ver o nome do IQSC associado a conquistas científicas é motivo de orgulho. Além de incentivar o desenvolvimento acadêmico dos alunos, essas participações destacam a qualidade da formação oferecida pela instituição”, finaliza o docente.
Por Gabriele Maciel, da Assessoria de Comunicação do IQSC/USP