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IQSC recebe Pró-Reitor de Pesquisa e Inovação da USP no ‘Química às 16h’

Paulo Alberto Nussenzveig esteve presente no IQSC na última quarta-feira (23) | Foto: Henrique Fontes/IQSC

Para celebrar os 90 anos de excelência da Universidade de São Paulo (USP) e as três décadas de contribuições do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP, os professores Laís Canniatti Brazaca e Marcelo Henrique Gehlen coordenaram uma edição especial do Ciclo de Palestras e Seminários ‘Química às 16h’. O foco do evento foi a discussão do futuro da Universidade e do Instituto pela visão de cada um dos Pró-Reitores atuais. 

Na edição especial do ‘USP 90 anos – IQSC 30 anos’, o anfiteatro Prof. Edson Rodrigues recebeu Paulo Alberto Nussenzveig, Pró-Reitor de Pesquisa e Inovação da USP, onde concilia a função desde 2022 junto com o exercício de docente na Universidade. O Diretor e o Vice-Diretor do Instituto, Hamilton Varela e Carlos Alberto Montanari, respectivamente, também marcaram presença. 

Um dos organizadores da iniciativa, que ocorreu na última quarta-feira (23), Gehlen justificou que a escolha pela palestra de Nussenzveig ocorreu devido à necessidade do Campus de São Carlos ouvir a projeção de pesquisa da USP para os próximos anos. 

“Esse é um evento muito importante no qual os Pró-Reitores das diversas áreas estão presentes para falar sobre a evolução da pesquisa, que é um eixo muito forte dessa instituição. A inovação e as tecnologias da USP sempre são muito bem avaliadas tanto nacional quanto internacionalmente. Trouxemos o Pró-Reitor aqui, então, para ouvir dele quais são as visões da USP na parte de pesquisa para as próximas décadas, visto que a ciência está em constante modificação, focando em problemas mundiais, como meio ambiente, questão climática, novos compostos, como a inovação tem resolvido as questões de energia, por exemplo”, explica o professor do Departamento de Físico-Química da USP São Carlos.

Para vários alunos presentes no evento, foi a primeira vez que tiveram contato com uma palestra ministrada por um Pré-Reitor da Universidade | Foto: Henrique Fontes/IQSC

Para Gehlen, a experiência foi muito válida no sentido do corpo discente estar atualizado sobre o polo tecnológico da USP e, acima de tudo, ter o privilégio de manter contato com pesquisadores conceituados da área. 

“O evento já trouxe centenas de pesquisadores das mais diversas áreas e nos deram oportunidade de vislumbrar o que está sendo feito e pensado no Brasil e exterior sobre ciência. Esse conjunto de seminários do ‘Química às 16h’ é feito para congregar as pessoas do Instituto. Há alunos de graduação, de pós-graduação, docentes, recebemos colegas de outras unidades que se interessam e vêm assistir. Obviamente que a gente sempre espera um bom público, porque congrega a unidade para discutir ciência, tecnologia e inovação sobre problemas atuais. Por isso, foi muito bacana essa experiência”, complementa. 

Companheira de Gehlen na organização do ‘Química às 16h’, Laís reforçou o caráter interdisciplinar do evento. Apesar de ter sido sediado no IQSC, a proposta esteve longe de abranger exclusivamente atualizações e fontes tecnológicas da Química, mas de várias outras áreas do conhecimento. 

“Quando organizamos o evento, foi pensado exatamente para abranger várias áreas. Não apenas em algo focado na Química. Por isso, conversamos sobre ações gerais que podem levar a USP ainda mais longe. O ‘Química às 16h’ trouxe discussões multidisciplinares sobre ações para fora do âmbito da universidade. Então, foi muito importante trazer cada um dos Pró-Reitores atuais e ter uma visão deles sobre o futuro da USP, como podemos fazer para que ela seja ainda mais inovadora e de excelência em todas as frentes, sejam pesquisadores, ensino, extensão, inclusão e pertencimento”, pondera a professora do IQSC.

A professora Laís também falou durante o evento | Foto: Henrique Fontes/IQSC

Professor do Instituto de Física da USP, Nussenzveig trabalha com inovação há dois anos e meio. Para o Pró-Reitor, a política pública voltada exatamente para tendências empreendedoras e pesquisa ainda é mal resolvida. A aplicação do Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação – conjunto de reformas legais do governo federal que estabelecem as diretrizes para o desenvolvimento científico no Brasil – e as cobranças do Tribunal de Contas da União (TCU) por resultados são os principais desafios enfrentados por universidades públicas para o progresso tecnológico.

“Nós temos uma legislação nacional razoavelmente avançada que abre uma série de opções no setor público para ter agilidade, mas esbarramos em temores dentro das universidades sobre interpretações nos Tribunais de Conta que não levam em conta o que o Marco legal permite. Então, isso traz prejuízos, atrasa as atividades. Por isso, soluções que muitas vezes o Marco Legal oferece para a implementação nas instituições públicas se tornam lentas por práticas burocráticas”, analisa. 

Uma das maneiras para reverter este quadro é formular uma estrutura de inovação, como a USP dispõe com professores e instalações, e expandir sua abrangência para diversas áreas da economia atual. Para Nussenzveig, a interdisciplinaridade é o que dita o passo a passo do processo de inovação nas empresas e universidades. 

“O desafio traz a necessidade da atuação multidisciplinar. A gente tem que colocar a nossa mira em problemas relevantes para a sociedade e a maior parte deles não tem uma única dimensão. Não basta apenas um especialista em uma área específica. O que fomenta a multidisciplinaridade é a nossa ambição de enfrentar desafios maiores. Se olharmos os desafios como a crise climática, há a necessidade de especialistas de todas as áreas do conhecimento, de dimensões de natureza técnica, biológica, física, química e de natureza humana. Então, são os desafios que fomentam a atuação interdisciplinar, pois a abrangência é extensa”, explana o professor de Física da USP. 

Nussenzveig tocou em diferentes temas que perpassam pela inovação | Foto: Henrique Fontes/IQSC

Com nove décadas de história, a USP é uma das maiores instituições de ensino superior do Brasil. Os oito campi espalhados pelo estado de São Paulo, com 42 unidades de ensino e pesquisa, reúnem cerca de 97.000 estudantes e quase 5.000 professores. Nussenzveig reforça que a Universidade criou várias redes de pesquisas interdisciplinares, as quais chegam a pesquisadores espalhados pelo Brasil e pelo exterior, que oferecem um ambiente que integra o ensino com a pesquisa.

Para o futuro, o Pró-Reitor indicou que a USP já enxerga com clareza as áreas que devem ser priorizadas nos projetos de inovação em parceria com instituições privadas. O setor agroalimentar é um dos modelos de ecossistema que apresenta grande vantagem comparativa ao Brasil, a partir da produção de alimentos com o uso de tecnologia de ponta.

“O Brasil tem uma responsabilidade única no mundo em relação à segurança alimentar da sociedade a partir de 2050. Todas as previsões indicam a necessidade de incremento da produção de alimentos em até 50% do que produzimos hoje no mundo. Desses 50%, o Brasil deveria responder por 40%. Por isso, a ciência, tecnologia e inovação no setor tem que ser prioridade do Brasil e da USP, por isso dois centros foram criados na instituição visando o setor agro”, revelou Nussenzveig.

Além da relação entre agricultura e o setor de alimentos, a USP também é referência em projetos de inovação relativos ao meio ambiente, como é o caso do Centro de Estudos da Amazônia Sustentável (CEAS), criado em 2023. O Pró-Reitor enfatiza que o Brasil é e pode se tornar um pioneiro em muitas áreas abrangentes em pesquisa e inovação, como saúde e transição energética. 

Diferentes integrantes do IQSC se fizeram presentes no anfiteatro Prof. Edson Rodrigues | Foto: Henrique Fontes/IQSC

O Sistema Único de Saúde (SUS), por exemplo, é destaque mundial em serviços de saúde pública, enquanto que nossa abundância em rios e fontes de energias podem significar uma nova rede de sustentabilidade energética benéfica ao meio ambiente. A mensagem que ficou ao público, na análise de Nussenzveig, é que a USP e as demais instituições de excelência têm de investir em inovação e tecnologia. 

“Universidade é um empreendimento de longo prazo. A gente passa por aqui, a universidade fica. Nosso trabalho nunca deve ser desenvolvido com uma visão míopois temos que adquirir a satisfação dos frutos de curto prazo para nos dar aquele ânimo em continuar com pesquisa, mas os objetivos reais estão no médio a longo prazo. Temos que definir hoje o que vai ser a nossa universidade daqui a 10 ou 20 anos”, encerrou o professor do Instituto de Física da USP. 

A coordenação do IQSC ainda não crava uma data exata para a próxima edição especial do Ciclo de Palestras e Seminários ‘Química às 16h’. Entretanto, a próxima convidada será Ana Lúcia Duarte Lanna, Pró-Reitora de Inclusão e Pertencimento da USP e professora do Departamento de História da Arquitetura e Estética do Projeto da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU). Sua apresentação é esperada para o fim do mês de novembro. 

Por Matheus Martins Fontes, da Assessoria de Comunicação do IQSC/USP

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