A programação envolveu atividades de 24 a 28 de fevereiro. Ingressantes compartilharam jornadas de esforço e superação em busca do sonho de estudar na melhor Universidade da América Latina 

A Semana de Recepção aos Calouros do Instituto de Química de São Carlos (IQSC), da USP, em São Carlos, acolheu os novos estudantes em uma programação diversa, variada e inclusiva. As atividades aconteceram de 24 a 28 de fevereiro e mobilizaram a comunidade acadêmica do instituto em torno da apresentação dos programas e projetos, com participação ativa dos alunos veteranos e do corpo docente.  

Segundo o professor Hamilton Varela, diretor do IQSC, a semana de recepção é uma etapa importante para que os calouros tenham uma imersão em todas as possibilidades que a USP oferece, preparando-os para que possam usufruir ao máximo da nova jornada acadêmica que os aguarda. “É uma semana muito importante, cheia de atividades das mais diversas possíveis e, para nós do IQSC, é um dos períodos marcantes do ingresso e formação dos nossos alunos. Todas as mudanças que acompanham a vida dos nossos alunos demandam uma semana de recepção muito calorosa e acolhedora”, aponta.

A professora Fernanda Souza, presidente da comissão de recepção aos calouros, aponta que a Semana foi planejada com um objetivo claro: criar um ambiente acolhedor e fortalecer o sentimento de pertencimento. “Pensamos com muito carinho nesta semana, justamente para garantir que os estudantes se sintam super acolhidos e parte do IQSC. Além de apresentar as estruturas e comissões, buscamos atividades que realmente façam parte do cotidiano deles”, explica.

Com a nova jornada apenas começando, a professora deixa uma mensagem de incentivo aos ingressantes. “Desejo muita sorte a todos. Que aproveitem cada dia pensando não apenas no diploma, mas em todas as experiências que vão viver nesses quatro anos. Que levem aprendizado não só na formação como químicos, mas também como pessoas. Que tudo o que decidirem fazer, façam da melhor maneira possível.”

Conhecendo a estrutura do Instituto

Durante a Semana, os ingressantes visitaram os laboratórios de ensino, pesquisa e conheceram a Central de Análises Químicas Instrumentais (CAQI). Eles também participaram de uma mesa-redonda com a Comissão de Ética da USP – fundamental para a submissão e aprovação de projetos de pesquisa que contem com estudos envolvendo seres humanos – e ainda tiveram momentos com a Comissão de Inclusão e Pertencimento, com o Serviço de Promoção Social, com o Programa Ecos, que oferece atendimentos voltados à saúde mental da comunidade da USP, além de uma visita ao Parque Ecológico Municipal de São Carlos. 

Para encerrar a programação, os calouros fecharam a Cápsula do Tempo, que contém mensagens para as futuras gerações de alunos da Universidade. Este é um momento singular, que conecta o presente e o futuro da comunidade acadêmica, compartilhando sonhos com os futuros “USPianos”. 

Histórias inspiradoras

Ingressar na melhor Universidade da América Latina não é tarefa fácil. A rotina de estudos é árdua e demanda renúncias e resiliência rumo à aprovação. Após muita dedicação, João Gabriel, Vinícius, Stephanie, Júlia e Arthur alcançaram essa conquista e agora compartilham suas trajetórias, desafios e expectativas para os próximos anos no IQSC. 

O sonho de ser cientista

João Gabriel Rodrigues, de São Paulo (SP), chegou ao IQSC com o sonho de ser cientista. Desde pequeno, encantava-se com o universo da ciência e, ao longo dos anos, descobriu que a Química era a área que mais despertava o seu interesse. “Sempre gostei muito de ciência e tive vontade de ser pesquisador. Quando criança, pensava: ‘quero ser cientista!’. Depois fui entendendo como funciona a pesquisa e o ambiente universitário”, comenta. 

A notícia da aprovação veio como um sonho realizado. “Eu estava em casa, acordei e vi que o resultado já tinha saído. Corri para olhar meu nome e, quando vi que tinha passado, liguei para minha mãe e avisei a todos. Fiquei muito feliz!”. Agora, ele se prepara para aproveitar ao máximo essa nova fase. “É uma conquista enorme. Quero aproveitar os próximos anos e seguir uma carreira acadêmica de sucesso”. 

Do Direito à paixão pela Química

Vinícius Coelho veio de Uberlândia (MG) partindo de um caminho inesperado que o levou até a Química. Inicialmente, pretendia cursar Direito, influenciado por sua mãe, professora da área. Chegou a passar no curso, mas a paixão pela química falou mais alto. “Sempre tive afinidade com a matéria, mas não gostava tanto assim. No segundo ano do ensino médio, decidi estudar química orgânica adiantado e foi aí que eu me apaixonei”, conta. 

Com os estudos de forma autodidata, a paixão virou certeza ao se deparar com áreas como cristalografia, complexos metálicos e biomateriais, que são abordadas no curso. “Quando vi que o curso do IQSC oferecia essas disciplinas, tive certeza da minha escolha. O nome USP abre portas e a qualidade do ensino é um diferencial enorme. Quero seguir na pesquisa”. 

Renúncias e superação

Para Stephanie Peixoto, de Limeira (SP), a aprovação na USP foi fruto de um ano de dedicação intensa. Oriunda da rede pública, ela complementou os estudos de forma independente, com cursinhos online. E a internet, que permitiu que ela se dedicasse ao projeto de passar no vestibular, também trazia um desafio: as redes sociais. “Eu gosto muito de redes sociais, então tomei uma decisão radical: apaguei tudo por um ano. Sabia que, se ficasse no celular, não conseguiria estudar”. 

A determinação rendeu frutos: a aprovação foi conquistada. A escolha pela Química veio desde a infância, com a influência de filmes e séries. “Sempre gostei de Breaking Bad, Harry Potter… adorava brincar de fazer poções. Quando me perguntavam o que eu queria fazer, eu só sabia responder que tinha que ser algo com química”. Agora, como aluna da USP, Stephanie encara um novo desafio: “Minha meta é passar em Cálculo I de primeira. Todo veterano ri quando falo isso, mas irei me esforçar ao máximo!”. 

Um olhar para a Química Forense 

Arthur Gregório, de São Paulo (SP), já possui um diploma em Química, mas decidiu voltar à graduação para seguir na área forense. A licenciatura trouxe experiência, mas a paixão pela pesquisa o levou a enxergar um retorno à Universidade com um olhar mais experiente. “Eu fazia estágio durante o dia e faculdade à noite, então não tinha tempo para estudar. Passei com base no que já sabia. Foi até melhor, já que não tive a pressão de quem está tentando pela primeira vez”, comenta. 

Agora, ele se prepara para se especializar na área que tanto gosta. “Meu foco é Química Forense. Foi por isso que eu vim para o IQSC, pelo foco em pesquisa que a USP oferece”. 

Perícia criminal como sonho

Desde os tempos de escola, Júlia sentia um fascínio especial pela química. O que começou como interesse pelas aulas acabou se tornando vocação. “Eu tive uma professora muito boa e, por conta do itinerário, tive ciência forense. Me apaixonei e agora meu sonho é ser perita criminal”, conta a jovem.

A notícia da aprovação na USP chegou de surpresa. “Eu nem estava esperando porque foi no Provão Paulista. No dia, fui olhar o resultado como quem não quer nada e vi meu nome. Conferi umas três vezes para ter certeza de que não havia ninguém com o mesmo nome. Liguei para minha mãe, ela chorou e contou para todo mundo da loja onde estava. Foi um dia emocionante!”

Agora, diante dos novos desafios, Júlia está otimista. “Se alguém dissesse para a minha versão criança que isso aconteceria, eu nunca imaginaria. Aqui é impressionante, muito grande, e fomos muito bem acolhidos. É a realização de um sonho!”, celebra.

Tudo está só começando

A jornada universitária é um caminho repleto de desafios, descobertas e transformações. Para os calouros, esse é apenas o começo de uma trajetória que irá moldar não apenas suas carreiras, mas também suas vivências e conexões. Com o apoio e acolhimento da comunidade acadêmica do IQSC, eles têm diante de si a oportunidade de aprender, crescer e construir um futuro promissor, partindo de uma sólida formação na melhor Universidade da América Latina. Mais do que um diploma, a USP oferece experiências que permanecerão para toda a vida.

Reportagem: Clara Marques, da Fontes Comunicação Científica