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Pós-Graduação do IQSC atinge a milésima tese de doutorado defendida

Programa chegou a marca de número 1000 na última semana

O Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP chegou a mais um feito histórico. Na última semana, foi defendida a milésima tese de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Química do IQSC. A aluna de pós-graduação Cirlei Igreja do Nascimento Mitre defendeu a tese “Estudos teórico-experimentais do efeito de campos magnéticos na taxa e no padrão de corrosão de filmes finos de cobre”, sob orientação do Dr. Luiz Alberto Colnago (Embrapa) e co-orientação do Dr. Giancarlo Tosin,. A defesa foi realizada na quinta-feira (15), no Anfiteatro “Professor Milan Trsic” do Instituto.

Com mais de 50 anos de existência, o Programa do IQSC é referência em seu padrão de qualidade. Para o professor Éder Cavalheiro, presidente da Comissão de Pós-Graduação (CPG) e responsável por representar a Diretoria do IQSC na apresentação, o marco não é apenas um número. “A milésima defesa de tese de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Química do IQSC representa 1000 pessoas que puderam se preparar para seu futuro profissional e para contribuir com o ensino e a pesquisa em nosso país. Por si, é um número expressivo e considerando que o programa tem 50 anos de funcionamento, significa que formamos uma fração significativa das pessoas que disseminaram a pós-graduação em diversas instituições de ensino e puderam servir em setores da indústria, serviços e governo, no Brasil”, enalteceu ele.

Da esquerda para a direita: Colnago, Cirlei, Giancarlo e Éder. Foto: Sandra Zambon/IQSC

Quanto ao trabalho apresentado, a pesquisa se deu pelo fato da corrosão ser um fenômeno que atrapalha diversas grandes indústrias. A recuperação de um material corroído é bastante custosa, e por isso surge a necessidade de acompanhar como se dá o processo de corrosão. Durante o mestrado de Cirlei, ela propôs um método de monitoramento deste fenômeno utilizando ressonância magnética. Em meio a pesquisa, foi visto que, ao ser feito uso do campo magnético para acompanhar a corrosão, ele próprio afetava a taxa de desgaste. A partir daí, surgiu a ideia do doutorado para explicar como o campo afeta a corrosão metálica. Ela comentou sobre o sentimento de ter sido a milésima tese defendida no Instituto.

“Recebi a notícia com muito contentamento. Logo na minha vez, sou um número significativo, mil pessoas formadas pelo Instituto, fiquei bastante feliz. É um momento de defesa, que estou virando doutora, e ainda é um marco histórico para o IQSC. Fiquei feliz pela defesa ter sido um sucesso. Depois de tanta ansiedade, principalmente pelo fato de que sou química e a minha pesquisa requereu muito o uso da física, saí de lá como se estivesse flutuando”, celebrou a pesquisadora.

Para o professor Luiz, orientador de Cirlei, o prazer foi enorme. “Foi uma satisfação saber que a pesquisa da minha orientanda foi a milésima a tese defendida no Programa de Pós-Graduação do IQSC. É uma emoção muito grande para todos, porque não era algo que estávamos esperando. De uma maneira geral, eu gostaria de agradecer ao Instituto, que sempre apoiou minha participação como orientador do programa, o que permitiu que eu pudesse orientar diversos alunos. Tudo isso sem a ocorrência de nenhum problema, fato que me deixa muito feliz, principalmente agora que mais uma vez recebi uma grata surpresa em um momento histórico da instituição”, afirmou Colnago. 

Responsáveis pela milésima tese receberam certificado de agradecimento e parabenização. Foto: Sandra Zambon/IQSC

Com seu nome marcado na história do Instituto, Cirlei não irá parar por aqui. Segundo ela, a pesquisa trouxe novas descobertas que precisam ser exploradas. “Os planos futuros são muitos. Como aconteceu no mestrado, que a gente buscava o monitoramento e acabou se deparando com o efeito do campo, durante o doutorado foi parecido. Fizemos experimentos que nos mostraram fenômenos diversos que precisam ser investigados e publicados. Precisamos alertar a comunidade acadêmica sobre alguns acontecimentos que podem ser importantes não só para quem trabalha com corrosão, mas também para qualquer um que trabalhe com espécies carregadas”, enfatizou.

Quem também contou um pouco sobre os planos e expectativas para os próximos anos foi o presidente da CPG. “É difícil prever o futuro em vista das instabilidades da falta de políticas de estado para a pós-graduação. Mas temos que manter acesa a chama do sonho e continuar formando pessoal qualificado, jovens preparados para servir ao país e oferecer à nossa sociedade os avanços e benefícios que a pesquisa científica pode oferecer, buscando competitividade e sempre tendo em mente a necessidade de  reverter aquilo que podemos fazer, para aqueles que suportam o sistema acadêmico”, disse Éder.

Ele também projetou as expectativas para as bolsas de pesquisa e afins. “Esperamos melhora nos valores de bolsas e suporte por parte das agência de fomento, mas o IQSC está preparado para cumprir com a tarefa de oferecer formação de alto nível aos nossos pós-graduandos em vista da estrutura, instrumentação moderna, orientadores qualificados e dedicados, além do corpo funcional e de apoio. Neste contexto, estamos prontos para chegar às 2000 defesas, com dedicação do nosso pessoal e calçadas na qualidade da formação dos alunos”, finalizou.

Por Fabrício Santos, da Assessoria de Comunicação do IQSC/USP